"Não podemos negar nossa história", diz Roberta, CEO do MIBR

Líder do Made in Brazil fala sobre valorizar e resgatar a história do time com lendas do passado e reconstruir os tempos de glória

Por Jairo Junior 28.02.2023 15H02

Se inspirar no passado para construir o futuro. Este tem sido um dos pilares da gestão Roberta Coelho no MIBR, desde que assumiu a posição de CEO da organização. Em papo com o The Enemy, a empresária exaltou a história e os ídolos do time, ao mesmo tempo em que falou sobre retornar aos tempos de glória.

A relação entre Roberta e o MIBR

Roberta foi anunciada no MIBR em setembro de 2021, após passagens importantes por cargos de liderança no Rock in Rio e também na Game XP. Inclusive, foi com a própria Game XP que ela descobriu e se apaixonou por um novo mercado e cravou: "É aqui que eu quero ficar".

A CEO do MIBR é categórica ao afirmar "Meu background vem de business". Roberta não era uma profunda conhecedora de esports, mas sempre soube exatamente como dirigir negócios. E assim vem realizando sua função de forma bem satisfatória, enquanto conta com uma robusta equipe para lhe auxiliar nas nuances do que tange o competitivo.

"Esses últimos 18 meses tem sido uma aprendizagem gigante. Se você me perguntar se eu virei uma especialista em esports, eu vou te dizer que ainda não. Mas eu participo das reuniões com a turma de performance, do competitivo, dou meus pitacos aqui e ali. A verdade verdadeira é que eu criei uma equipe do competitivo super top, na qual confio de olhos fechados. Dentro do competitivo, hoje estamos bem alinhados internamente de que o MIBR continuará crescendo, ao mesmo tempo em que cria e desenvolve talentos, os quais nos ajudarão a alcançar os pódios que a gente quer estar ao redor do mundo. Quanto a mim, a minha função é lançar um olhar de experiência sobre como a gente pode ser uma organização que vai entregar além da performance dentro do servidor."

Como CEO, Roberta está envolvida em todos os processos. No competitivo, até mesmo nas negociações de compra e venda de jogadores. Fora dele, há o lado da marca, o qual o Made in Brazil mostra que preza cada vez mais.

"O MIBR está se posicionando como um grande criador de experiências e que troca muito com a sua comunidade, cada vez mais a gente tem uma preocupação interna de estar produzindo e criando experiências que sejam bacanas para a comunidade", afirmou Roberta. "Não à toa, faço reuniões com os representantes das nossas torcidas organizadas a cada dois meses. Além disso, tem a parte dos patrocinadores, que auxiliam bastante na parte de receitas, para que possamos investir no time e aumentar nossa equipe com o objetivo de entregar experiências para os fãs", seguiu com o raciocínio.

Foto: Game XP/Reprodução

Revisitando as origens

O MIBR é certamente uma das organizações com a história mais longa e recheada do esporte eletrônico nacional e até do mundial. Quando o time voltou à ativa, recebeu uma chuva de críticas por deixar de lado todo este tesouro histórico.

Atualmente, esta tem se mostrado uma das principais bandeiras da gestão Roberta Coelho. Foi assim que Bit e Nak passaram a ser partes primordiais da staff de CS:GO, assim como Paulo Velloso, criador da equipe, que retornou como conselheiro e voltou a fazer parte dos processos de forma mais ativa.

"O MIBR tem uma história e a gente não pode negá-la, muito pelo contrário, temos que usá-la como inspiração para continuar construindo o nosso futuro", cravou a empresária. "O MIBR nasceu para competir e para ganhar, raízes as quais mantemos vivas até hoje. É algo que corre nas nossas veias, faz parte dos nossos valores e inspira nosso staff e jogadores. Hoje tudo isso está muito presente dentro da nossa marca e a gente realmente quer que, quem trabalhou no MIBR jogando, siga na organização ou volte para cá. Que os jogadores de hoje, amanhã venham a ser novos naks e novos bits", completou.

Competitivo

A principal força do Made in Brazil sempre esteve nos jogos FPS e mais de uma década depois, isso não mudou. Outro ponto que também não teve nenhuma alteração, é o carinho especial que a organização trata o Counter-Strike.

Quando fala do jogo de tiro em primeira pessoa da Valve, Roberta não tem dúvidas que é uma relação eterna.

"Nossa comunidade ainda é majoritariamente do CS, pois é onde começamos e nunca iremos abandonar. Por um lado, a Valve não é como a Riot, mas isso tem suas vantagens e desvantagens. Ela não é, mas também não restringe. Você tem muitos campeonatos para disputar ao redor do mundo e a comunidade é extremamente grande e forte no mundo inteiro. O MIBR não só sempre estará no CS, como também, escreve aí: voltaremos ao topo de novo. Até lá, seguimos investindo no CS, criando novos talentos e os desenvolvendo. Queremos ter um time que construa uma história juntos e acho que agora nós chegamos num ‘core’ do time que pode realmente fazer a coisa toda acontecer."

Foto: MIBR/Reprodução

Além do CS:GO, o MIBR é uma das organizações que também está dando alguns primeiros passos no VALORANT, que é um cenário relativamente novo e ainda em desenvolvimento - até mesmo com mudanças bruscas no competitivo.

Mesmo sendo o início de tudo, há um bom tempo o MIBR mostra que este início precisa ser forte para eles. A organização não quer, de forma alguma, começar por baixo.

"No VALORANT a gente já começa grande e um dos times brasileiros presentes na liga internacional. É uma galera que está com a faca no dente, querendo ser campeã e querendo performar bem. Por causa do VALORANT, nós estamos aproveitando a oportunidade de expandir a marca para os Estados Unidos. É mais um time que está levando o nome do MIBR para fora, crescendo a nossa comunidade e, o mais importante de tudo, representando o Brasil internacionalmente", disse Roberta.

Recentemente, o MIBR também apresentou sua line-up de Rainbow Six: Siege (R6). No entanto, a conversa com a CEO aconteceu antes deste fato e, por isso, não seria possível abordar o assunto naquele momento.

Em várias frentes diferentes, o MIBR tem muito trabalho pela frente em 2023. No CS:GO, como Nak e Bit já disseram, a meta é manter a escalação por mais tempo e fazer um projeto a longo prazo, que siga em constante evolução.

Já para o VALORANT, é apenas o começo de um competitivo completamente renovado. O primeiro passo não foi dos melhores no Lock//in, mas ainda há muito chão pela frente para reverter a participação breve no torneio e brilhar ao longo da temporada.