LoL: "Não jogo apenas por mim", diz Brance, da LOUD
A ascensão meteórica do Atirador da LOUD finalista do CBLOL, e a motivação para o confronto com a paiN Gaming valendo o título
Quando subiu para o elenco titular da LOUD no CBLOL, Brance conviveu com as dúvidas da torcida e especialistas de League of Legends que o apontavam como o elo fraco da equipe. Afinal, tinowns e Robo são dois dos jogadores mais experientes do Brasil, Croc era um dos principais jogadores coreanos no país, e Ceos é o jogador com mais tempo de LOUD. Até então, Brance era relativamente desconhecido para o público.
Apenas três meses depois e uma campanha forte na Segunda Etapa do CBLOL 2022, Brance é um dos principais jogadores da equipe, chegando a arrastar três banimentos de Atiradores na final da chave superior contra a paiN Gaming, a mesma adversária da final neste sábado (3), no Ginásio do Ibirapuera.
"Comecei a ter um trabalho individual, pensar em como poderia evoluir", disse Brance em entrevista exclusiva ao The Enemy. "Tive grande ajuda do Arthur Leon, que era o psicólogo da LOUD na época. Fui evoluindo aos poucos, mas este ano tive um pulo muito grande. Fui do Academy para o CBLOL, e logo no meu primeiro já estou na final. Tenho muito mérito nisso, mas também a LOUD, staff e os jogadores me ajudaram muito. A mentalidade é o principal, porque estou sempre disposto a ouvir, não sou cabeça dura".
Gosto de ser o jogador que todo mundo gostaria de jogar ao lado - Brance
Brance se mostra extremamente preparado para a final, a primeira de sua carreira e também da LOUD no LoL. Após perderem a final da chave superior para a paiN Gaming por 3-2, a Tropa bateu a FURIA por 3-0 na final da chave inferior para voltar a reencontrar os Tradicionais na grande final. Consertaram os erros que levaram à derrota no último confronto e estão prontos para uma série que promete ser memorável.
"Entrei no palco, fiquei ali onde a gente vai sentar e também subi na arquibancada. Peguei todas as visões que o público vai ter e também a que eu terei. Dá pra imaginar que vai ser algo fantástico, uma experiência única. Quero aproveitar o máximo porque a gente lutou muito para estar aqui, então a expectativa é alta. É difícil não pensar na série a cada segundo que passe, mas tento conter a ansiedade, porque vai dar doideira", comentou o Atirador.
E parte de sua preparação passa exatamente por este exercício de mentalizar a partida para depois jogá-la. Colocar a cabeça no lugar e puxar forças de todos os lugares possíveis para se concentrar. Tarefa que certamente será mais difícil com a presença de mais de dez mil torcedores no Ginásio do Ibirapuera, confronto entre duas das principais torcidas de esports do Brasil.
"No dia do jogo, na minha preparação, converso com Deus e peço para ele me ajudar. Sempre mentalizo por quem estou jogando, porque não acho que jogo só por mim", confidencia Brance. "Jogo pela minha família, pelos meus colegas de equipe, pela torcida, e então por mim. Sempre lembro também das coisas que passei e as vezes que perdi, quando chorei. Tudo isso me dá uma força imensa para entrar focado nos jogos, e até por isso eu não costumo perder o foco durante o jogo. Tudo isso é o que faz com que eu esteja aqui hoje".
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E falando em família, os pais de Brance chamaram atenção durante os playoffs no estúdio, mas por maneiras distintas. Enquanto o pai, Márcio, levantava-se de sua cadeira e gritava a qualquer sinal de silêncio da torcida adversária, a mãe, Marga, sentava-se nervosa e ria do marido.
Brance ri quando perguntado sobre a família. "Meu pai, quando era mais novo, era da torcida organizada Os Fanáticos, do Athletico-PR. Antes de vir para a LOUD eu ia muito aos estádios com ele, então já sabia que se ele me assistisse no LOL a animação seria parecida. Tenho certeza que na final ele vai gritar muito, está muito animado", diz o Atirador. "Já a minha mãe fica muito nervosa, quando está em casa e algo dá errado na partida ela já desliga a televisão e deixa o meu pai assistir sozinho no quarto. No ginásio não vai ter muito como, vai ter que assistir tudo".
Filho único, Brance confessa que foi difícil sair de casa. Nos primeiros dias de LOUD, longe de Curitiba, sofreu com saudades dos pais e a sua rotina anterior, mas pouco tempo depois, com deveres profissionais, teve que virar a página. "Mas para os meus pais mudou muito. Eles sempre me apoiaram, e tenho certeza que tudo o que eu faço é visto com muito orgulho por eles". Por isso, Brance não joga apenas por si, mas por todos ao seu redor.
LOUD e paiN Gaming se enfrentam neste sábado (3) a partir das 13h no Ginásio do Ibirapuera, com transmissão nos canais oficiais da Riot Games Brasil. Em jogo o título, R$ 100 mil para o vencedor e a tão sonhada vaga brasileira no Campeonato Mundial de League of Legends, que acontece em outubro no México e Estados Unidos.