CS:GO: O que podemos aprender com a Fan fest do Gaules

O fã quer uma experiência completa e imersiva, pontos que a fan fest entregou. Ainda assim, a ideia, como um todo, precisa ser melhor moldada

Por Jairo Junior 11.11.2022 14H00

O assunto mais comentado do início do Champions Stage do IEM Rio Major 2022 de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) foi sobre a lotação da fan fest e o esvaziamento da Jeunesse Arena. O fato confundiu muitos e gerou até mesmo críticas, mas na minha opinião o importante foram os aprendizados que ficaram.

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Em primeiro lugar, é preciso afirmar que o estranhamento das pessoas de casa é completamente normal. Principalmente após a festa épica feita no Riocentro, o esperado por todos é de que na Jeunesse, cerca de três vezes maior, fosse a maior da história. Não foi.

Não sei exatamente o que chegou para o pessoal de casa, mas os motivos para isso acontecer ficaram bem claros para mim. E, diferentemente do que muito se falou nas redes sociais, não foi falta de amor ao CS. A questão é que a fan fest reuniu o CS e muitos outros amores, ao mesmo tempo, em um só lugar.

Dentro da arena, apesar de ser incrível ver os jogadores de perto e até mesmo o palco, que está lindo, a experiência - guarde bem a palavra experiência - se limitou a apenas assistir ao jogo.

Quando falamos de jogos com equipes menos interessantes ao público, a tal experiência decai. Sem a famosa bateria e as torcidas organizadas, que foram os grandes maestros da festa do Riocentro e não foram à arena por falta de ingressos, a experiência cai ainda mais.

Já na fan fest, havia telões enormes para as pessoas assistirem e é óbvio que o CS estava em peso. Juntamente a isso, havia a presença do anfitrião Gaules que, querendo ou não, arrasta multidões com ele. No entanto, apesar do streamer do Omelete contribuir muito para um grande público, pra mim a coisa toda vai além do Gau.

Foto: brcho/HLTV

O grande "X" da questão é que a fan fest entregou mais experiências aos visitantes. Além do jogo, haviam estandes de várias equipes, meet and greet acontecendo com times famosos como a Imperial, influenciadores andando e esbarrando com fãs por lá, lojas que não tinham na arena e até campeonatos paralelos para os fãs participarem. Até mesmo o acesso a uma variedade maior de alimentos, de uma forma fácil, conta.

Para mim que já fui algumas vezes - a trabalho e a lazer - era quase um clima de Rock in Rio ali. E atente-se ao fato do próprio Rock in Rio não se denominar mais, há alguns anos, como um festival de música. Eles são um "Festival de experiências". Não à toa, há uma gama gigantesca de estandes e experiências espalhadas por lá. Vai além de "apenas" assistir aos shows.

A ideia da fan fest existir foi incrível e, para mim, está claro que ela precisa ser posta em prática, oficialmente, em todos os Majors em que forem possíveis. Isso não quer dizer que a parte da arena tem que acabar, pelo contrário, a ideia aqui não é dizer que uma é melhor que a outra e sim mostrar que ambas podem e devem coexistir.

De forma resumida, a execução ainda precisa ser moldada e aprimorada. Agora que o primeiro teste foi feito, o desafio será descobrir como integrar melhor essas duas experiências - a da arena com os jogos e a da fan fest com todo o resto - para que acabar com essa competição entre si e transformá-las uma na extensão da outra. Creio que esse seria o mundo ideal e possível.


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