"Mix de emoções". Talvez essa seja uma boa definição para o ano de 2022 no Counter-Strike: Global Offensive brasileiro. Dançamos com o nascimento de uma equipe, cantamos no maior Major da história, comemoramos recordes de audiência, mas também nos decepcionamos com "quases" e choramos em Valência. Vamos relembrar tudo o que aconteceu neste ano, passando por Last Dance, FURIA, Tribo e mais.

A Última Dança

O início de 2022 foi tomado pelo convite de FalleN, que convidou amigos e fãs para uma última dança. A expectativa era gigante para que o sniper trouxesse de volta as antigas Luminosity/SK e isso ficou perto de acontecer com a união do próprio FalleN a fer e fnx. No entanto, com TACO compromissado em outro projeto e coldzera desistindo no meio do caminho, Boltz e VINI foram as peças escolhidas a dedo.

Com o Last Dance se confirmando, o alvoroço foi feito no cenário nacional. Nasceram as "Farofas do FalleN", Fênix ressurgiu das cinzas e fer provou que, mesmo após um longo período parado, tinha bala para trocar no mais alto nível do planeta. No meio do caminho, até novos personagens como "Marea Turbo" (obrigado) e "Laundo e Amigos" surgiram.

Foram primeiros momentos memoráveis para os jogadores e a torcida. Desde as interações em streams, até os resultados conquistados. A conquista da vaga no RMR e depois no Major, da vaga na IEM Dallas e até o título do OMEN WGR European Challenge 2022 animaram - e muito. A própria caminhada no PGL Major Antwerp 2022 e o quase nos playoffs foi motivo de festa. Ali, FalleN e companhia entregaram o que prometeram.

A sequência do ano, no entanto, foi dura. Os resultados decaíram e a lua de mel estava para terminar, até tudo ser revivido com a classificação para o Major do Brasil, em um dos momentos mais históricos e emocionantes do CS nacional. Foi inacreditável e nem mesmo o melhor roteirista da Netflix conseguiria criar algo que chegasse aos pés do que vimos na realidade. Emocionante!

Com um "mix de emoções", essa história terminou com uma pausa estranha. Um 0-3 no Major do Brasil e reticências para FalleN, fer e fnx. Aposentaram? Voltarão? Saberemos melhor em breve… Mas uma coisa é certa: Entre altos e baixos, valeu a pena.

LEIA MAIS:

• CS:GO Feminino em 2022: A Dinastia FURIOSA sem um grand finale
• Retrospectiva de VALORANT em 2022 tem LOUD dominante
• Retrospectiva de LoL em 2022 tem LOUD e RED em destaque

FURIA: Entre o Top 1 brasileiro e os "quases" internacionais

A FURIA seguiu como o melhor time brasileiro de CS:GO do primeiro ao último dia de 2022 e isso é irrefutável. Os resultados e os números não mentem. Kscerato, arT, yuurih e drop formaram um time e tanto e adicionaram a estrela ex-paiN, saffee. Tudo isso sob o forte comando de guerri, às vezes tacitus e às vezes até Akkari.

Foi uma caminhada e tanto em 2022, mas os "quases" seguem machucando. Para a torcida, o top 1 do Brasil parece nem mesmo importar e a falta de títulos fala mais alto. Foi quase na ESL Challenger 48, na ESL Pro League S15, na IEM Dallas...

Por um momento, o fim dessa seca parecia que estava prestes a chegar ao fim. E no melhor momento possível, no Major do Brasil. Nunca o torcedor brasileiro acreditou e apoiou tanto a FURIA quanto no Rio de Janeiro. Na vitória sobre a Na'Vi, parecia que o mundo viria abaixo. Mas a Heroic, estampando a bandeira brasileira no uniforme, assim como parte do hino nacional, fez questão de matar o sonho brasileiro nas semifinais.

Ali, a FURIA não conquistou o título. Mas talvez, apenas talvez, tenha conquistado outra coisa que eles também vinham em busca e não conseguiam: O amor de toda a torcida brasileira. Se isso de fato aconteceu, talvez baste. Querendo ou não, foi uma belíssima corrida dos Panteras, que fizeram nosso Major ser o sucesso que foi.

Uniram Hype e potencial

O maior hype do ano foi do Last Dance, é verdade. Mas outras equipes também uniram hype a um grande potencial e chamaram atenção em 2022. É o caso, por exemplo, do outro lado do Last Dance, a dupla TACOLD, que reviveu a parceria na 00Nation e criou uma boa equipe que junta experiência e novidades.

Quem também chamou atenção foi o Fluxo, gastando uma quantia milionária para ter felps, vsm, Lucaozy e mais, inclusive afirmando que chegaram para ficar. A line-up, já nos primeiros momentos, mostrou que sobraria no Brasil e teria uma grande história no ano. Mas, o potencial foi cortado, em partes, pois kNg tinha um Plano para pará-los no RMR. O Plano chegou com o pé na porta e viveu uma gangorra de momentos no seu curto espaço de vida. Por lá, potencial existe e kNg segue viciado em trocar tiro e vai rumo à glória!

Um pouco mais de mídia e muita bala

O meme de pouca mídia e muita bala, que sempre definiu bem a paiN Gaming, seguiu verdadeiro em 2022. Em diversas ocasiões o time se mostrou fortíssimo e chegou a derrubar FURIA, Imperial e 00Nation em finais. É muita bala mesmo. Mais ainda com as entradas de Zevy e Skullz, que se encaixaram perfeitamente no elenco.

Em 2022, porém, o time teve um pouco mais de mídia. E o responsável por isso fez tudo de forma tão inusitada quanto seu nickname: Rato Feliz. Sempre eletrizado, com um sorriso no rosto e distribuindo hang loose, o Manager chegou do nada e logo se tornou a cara do time. Impossível não ficar "Rato Felizado" após Antuérpia.

• CS:GO: Do Brasil a 40 países visitados: A história de Rato Feliz
• CS:GO: De anônimo a Manager influencer da paiN: A história de Rato Feliz

Ainda um pouco atrás, tanto em mídia quanto bala, mas também com potencial para crescerem e aparecerem, podemos citar Case, Team One e Sharks. São times que não podem ser esquecidos em 2022 e provavelmente em 2023 também não.

CS:GO brasileiro no Brasil

O povo brasileiro ama ver brasileiro amasando gringo no CS:GO, é verdade. Mas é injusto esquecermos que temos um ótimo CS no quintal de casa e que são esses jogadores que futuramente estarão competindo internacionalmente. Aqui, os destaques foram Arctic e ODDIK.

Sem deixarmos de lado outros bons times como The Union, Corinthians, Meta (o que é CutzMeretz?), B4, Daotsu, Paquetá, Los Grandes (fala deles) e mais!

A Tribo e o IEM Rio Major 2022

Fechando o ano - e o texto - com chave de ouro, precisamos falar da Tribo e do IEM Rio Major 2022.

Gaules, Apoka, Mch, Bt0, Liminha, Nahzinha, LLauqS, Velho Vamp, Brexe e companhia dominaram a criação de conteúdo no Counter-Strike. Com eles batemos recordes, assistimos os maiores eventos do mundo na nossa língua, acompanhamos coberturas in loco desses eventos, nos deleitamos com as resenhas no "Donos da Bala", furamos a bolha dos esports e ainda aproveitamos o melhor do CS Feminino. Foi incrível!

Já o IEM Rio Major 2022, dispensa comentários. Finalmente o maior evento do CS:GO chegou em solo nacional, provando de vez que a torcida brasileira sabe como fazer uma festa. E que festa! A maior da história desse jogo que tem mais de 20 anos de idade. Do início ao fim apoiamos e empurramos. Cantamos para nqz que é o futuro do CS brasileiro. Para veteranos como FalleN e Cold. Para as Lendas da FURIA. E até para o EliGE, o gringo mais brasileiro de todos. O Major do Brasil foi mágico!

O que esperar de 2023

Em questão de títulos, 2022 não foi, nem de perto, o nosso melhor ano - A ESL Challenger Valencia que o diga (F). Mas em todas as outras frentes, crescemos, evoluímos e batemos recordes. Por isso, 2023 tem tudo para ser um ano ainda melhor e mais movimentado para o Brasil, com mais torneios internacionais por aqui.

E sendo bem otimista, vejo os times brasileiros terminando 2022 mais maduros e mais preparados para o próximo ano competitivo. Não será fácil, mas um grande título parece um pouco mais perto.